A IDADE DE UM SONHO
Lêda Mello
Outro dia, escutei de uma pessoa: - "Não sei como explicar o que estou sentindo. Sonhei tanto com isto, tanto tempo lutando para realizar este sonho e agora, que o vejo realizado, não sinto aquela alegria própria de quem conseguiu o que queria. É como se, durante anos, eu tivesse buscado uma miragem."
Este trecho da conversa ficou gravado e se repetindo na minha mente. O que teria acontecido com aquele sonho? Afinal, chegar ao destino tão desejado deveria ser motivo de alegria. Tanto mais alegria quanto maiores fossem as dificuldades. Isto é o que, comumente, pensamos. Mas não foi o que aconteceu com aquela pessoa e é o que acontece, também, com muitas outras. Pensei: por algum motivo, os sonhos têm prazo de validade.
Quando um sonho nasce, aflora uma motivação para a vida. Fazemos projetos, definimos metas e direcionamos os acontecimentos no sentido da sua realização. É uma fase multicolorida, entusiasta, esperançosa e que nos inspira a seguir em frente, na busca da sua realização.
À medida que o tempo passa, o sonho vai ganhando corpo e robustecendo a alma. Vencendo etapas, atinge o seu apogeu, distribuindo sorrisos para a vida, pleno do encantamento que envolverá cada espaço do objetivo alcançado.
A juventude de um sonho parece ser o tempo ideal para a chegada ao seu destino. Um tempo no qual o encantamento revestirá com brilho e alegria cada instante de vida. O sabor é intenso porque não foi alterado pelo cansaço de uma longa espera.
Em virtude dos repetidos ou sucessivos obstáculos, a longa espera acaba fazendo a diferença. Enquanto vencia os infindáveis obstáculos, o sonhador viveu novas experiências, descortinou novos horizontes, agregou novos valores. O sonho permaneceu o mesmo, mas o sonhador mudou. O sonhador reciclou-se, renovou-se durante a caminhada, enquanto o sonho, parado no tempo, diatanciou-se, foi perdendo o encanto e envelheceu. Quando, enfim, tornado real, não tinha o sabor esperado porque já não correspondia à realidade existencial de quem o sonhou. Durante o trajeto, foi perdendo o viço, o vigor, a razão de ser. Envelheceu
Um sonho envelhecido precisa ser libertado para que outros sonhos, adequados à realidade, possam nascer e encantar a vida.
Bjokas
CleoDutra
Queraida Cleo!
ResponderExcluirSempre me sinto muito bem nesta sua casa. Obrigada, minha amiga!
Beijo,
Lêda Yara
Cleo, minha amiga querida!
ResponderExcluirParabenizo pela linda escolha deste maravilhoso texto da Lêda Yara e que também destaquei no grupo.
Um beijo carinhoso, parabéns e continuem fazendo muito sucesso.
Bjinhos com carinho, Luli